terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ofício do Soneto

Marcelo Mário de Melo

Na arena dois quartetos dois tercetos
demarcam o terreno e a aventura.
Os lances da batalha se desenham
tendo como suporte essa ossatura.

O touro da medula expande impulsos
fúrias de medo rasgos de bravura.
Mas o toureiro se mantém contido
medindo em cada gesto a urdidura.

Aqui não há lugar à exuberância
comum a dançarinos e oradores
no empenho de encantar os circunstantes.

Manter em rédeas saltos e ardores
o ofício do soneto exige antes
a quem quiser trilhar a sua instância.

Recife, novembro, 2008

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