quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sem Oba-Oba a Obama

Marcelo Mário de Melo

Sou defensor do quanto melhor, melhor, e do quanto menos ruim, também.

Lembro da história dita da Bahia, do preso que vinha sendo arrastado por um policial que lhe me metia porrada. Um cidadão humanista, de um primeiro andar, interpelou: "Pare de bater no preso, não se faz isto com um ser humano; se quer matar, mate logo". Aí o preso levantou a cabeça e disse: "não te mete nisso, rapaz, que é melhor assim".

Quando andamos pela rua, faz grande diferença meter o pé em merda mole ou bosta seca.

O velho Bretch já dizia que com o salário do carrasco atrasando um dia, já se abria a possiblidade de algum acorto.

Não tenho nenhuma dúvida de que Obama foi a melhor alternativa, e que com a vitória do outro, seria muito pior. Apenas faço a distinção entre isto e as amplificações simbólicas acerca da sua negritude, transpostas para o terreno da política com tintas esquerdizantes e libertárias.

Pragmaticamente, recolho os resultados e mantenho o "distanciamento bretchiano".

Fui um daqueles - talvez ínfima minoria - que não teve nenhuma vibração especial pelo fato de o presidente eleito do Brasil ter sido um operário de macacão, atendo-me ao seu alinhamento político.

Em síntese: não curto oba-oba a Obama.

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