terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ave Andrea! - Panegírico à Promotora Andrea Nunes

[Panegírico: discurso em louvor de alguém, elogio; panegyrikós, do grego; panegiricu, do latim]

Criticar é fácil. Difícil é elogiar. E é enfrentando esta dificuldade que desejo explicitar neste momento, data vênia, meu elogio à operosa Promotora Andréa Nunes, titular da procuradoria do Ministério Público de Pernambuco, situada na Justiça Eleitoral.

Recebendo denúncias advindas de partidos políticos representados na disputa eleitoral à Prefeitura do Recife, com o apoio do denominado DEM – Democratas, ex-PFL, por sua vez ex-PDS, por sua vez ex-ARENA, denúncias essas dirigidas contra o candidato a prefeito do Recife pela Frente do Recife, o petista João da Costa, deputado estadual e ex-secretário do Planejamento e Orçamento Participativo, uma delas acerca de possíveis intervenções de instâncias do poder executivo municipal em favor da candidatura de João da Costa, a muito digna e operosa promotora epigrafada se diferenciou admiravelmente no seu mister, pelo empenho e o espírito inovador na produção de provas e no zelo em aplicar a justiça com ampla, geral e irrestrita intenção reparadora e erradicadora, incluindo-se aí a erradicação de candidaturas.

Nessa performance reside o substrato, a razão de ser, o centro e o móvel deste meu discurso panegírico. Sem entrar em detalhes técnico-jurídicos próprios aos causídicos e jurisperitos, atenho-me a aspectos que me impressionaram como cidadão comum e profissional da comunicação, a saber:

- A promotora Andréa Nunes, segundo informações correntes nos jornais e nos blogs de notícias, para enriquecer um dos processos contra a candidatura de João da Costa, sem nenhum pejo e em desapego a formalísticas delimitações de espaços de atuação, desceu à esfera da investigação policial e se infiltrou entre militantes da respectiva campanha, passando-se por um deles e produzindo documentação fotográfica;

- Na denúncia que envolve a acusação de uso dos computadores da Prefeitura do Recife por parte de militantes do PT, em arregimentação para atos de campanha do candidato João da Costa, a Promotora Andréa não se limitou à inculpação individualizada dos autores do delito em investigação, mas num rasgo de zelo e entusiasmo preventivo e saneador, de dimensão salomônica, tratou de cortar o mal pela raiz, pronunciando-se pela impugnação da candidatura de João da Costa e pela cassação do mandato do prefeito João Paulo;

- Quando os advogados do DEM, tendo acesso aos autos dos processos, levaram informações à imprensa, constrangendo o Juiz, a Promotora Andréa antecipou-se em declarações à imprensa afirmando que o fato não prejudicava o andamento normal do caso, num zelo com a essencialidade da justiça, descartando ações diversionistas que pudessem favorecer a defesa de João da Costa e, mais uma vez, coerente com o seu perfil inovador e pioneiro;

- A Promotora Andréa Nunes também revela a sua face de modernidade e pioneirismo no fato de não dificultar os contatos com a imprensa, reconhecendo a importância da circulação de informações na consciência jurídica dos cidadãos;

- Estas atitudes são fortemente emblemáticas acerca do sentimento de justiça da promotora Andréa Nunes. Só é lamentável que ela não detenha os poderes da Santíssima Trindade, para poder alargar a sua ação aos terrenos das demais candidaturas a prefeito do Recife, fazendo assim com que o eleitorado, os cidadãos em geral e a república brasileira, nesta parte do lado de baixo do Equador, pudesse se beneficiar mais ainda com a sua ação.

Se não fosse eu materialista-ateu desde os 18 anos de idade, a estas alturas com a estabilidade dada pelo tempo de serviço, certamente dirigiria à ilustre panegiriada este voto: que Deus a tenha e a mantenha, Promotora! Na impossibilidade filosófica de fazê-lo, ofereço-lhe, apenas, a singela e mortal exaltação: honra e glória e longa vida a Vossa Excelência, Promotora Andréa Nunes! Os democratas do Recife, de Pernambuco e do Brasil lhe agradecem pelos seus serviços.

Um comentário:

Raphael Cortez disse...

Do caralho esse seu texto, prezado blogueiro!