domingo, 28 de setembro de 2008

Mendonça, Raul e Cadoca: o denominador comum

Marcelo Mário de Melo

Os candidatos Mendonça, Raul e Cadoca, até pouco tempo estavam acampados no Governo Jarbas Vasconcelos, como representação da falecida União Por Pernambuco. Era o único espaço que lhe restava no poder executivo, depois que perderam a Prefeitura do Recife, com João Paulo eleito e reeleito, a presidência da república, com Lula também fazendo bis, e finalmente, o governo do estado, com a eleição de Eduardo Campos, derrotando fragorosamente Mendonça Filho.

Agora separados, eles têm uma responsabilidade comum pelos oito anos de promessas fantasiosas e omissões clamorosas dos dois Governos Jarbas em áreas essenciais como Desenvolvimento Econômico, Saúde, Educação e Segurança.

Já na reta final do Governo Jarbas, e no exercício do cargo, Mendonça tentou um marketing próprio, adotando medidas-de-última-hora com evidentes fins eleitoreiros. O concurso público na área de segurança. Uma pequena redução nos preços das passagens de ônibus. Mas tudo isto foi suplantado por uma série de frutas estragadas da gestão, que começaram a cair de podres e a ocupar espaços nas manchetes dos jornais.

A Empetur sendo questionada como uma estrutura arcaica, desapetrechada, pesada e inoperante, sem o foco num trabalhão efetivamente e estruturador da área do turismo, reduzido à produção de eventos – a pernambucanofolia. A incapacidade de captar recursos para o Estado, por falta de projetos ousados. A incompetência em negociar, revelada na pendenga jurídica, durante oito anos, com a Caixa Econômica, impedindo o Estado de ser beneficiado por recursos vindos dela e paralisando as obras da barragem de Pirapama.

A Educação passou oito anos sem um único concurso público, com as capacitações estancadas, os alunos sendo aprovados em física e em matemática, mesmo sem a existência de professores e aulas. Sem falar do sucateamento do estado físico das escolas. O que não podia ser compensado pelas 17 vitrines montadas no estado, com ensino em dois expedientes direcionados a grupos de 300 alunos em cada uma, com o foco publicitário colocado sobre a vitrine maior, do antigo Ginásio Pernambucano, e a mensagem subliminar de que as outras 16 a igualavam e em infra-estrutura.
Na área da saúde o descaso atingiu os limites extremos, repetindo-se também aí a inexistência de concursos públicos nos dois governos. E a desestruturação das unidades de serviço chegando aos limites do sucateamento. Como exemplo maior, o Hospital da Restauração, desapetrechado, a alo ponto de as macas do SAMU ficarem nele retidas, por carência desse equipamento elementar.

A Segurança passou pelo maior troca-troca de secretários e por situações deploráveis. Um titular da pasta se escondendo debaixo de uma mesa durante a greve dos policiais. Outro autorizando aos presos ricos a construção de celas de luxo com recursos próprios e perseguindo flanelinhas. Outro reconhecendo com todas as letras que os índices eram insatisfatórios.

As manchetes implacáveis dos três jornais da cidade documentam tudo. E por tudo isto respondem os candidatos Mendonça Filho, vice-governador de Jarbas e governador em exercício no fim do mandato; Raul Henry, secretário de educação; Carlos Eduardo Cadoca, secretário de desenvolvimento econômico e turismo.

E respondem, porque estiveram oito anos juntos, exatamente como diz a música popular:

“comendo a mesma comida,
bebendo a mesma bebida,
respirando o mesmo ar.”

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